Por isso, não sei como é possível andar-se pelas esquerdas sem nunca ter lido No Reino dos Falsos Avestruzes. JMP (que não acreditava em frentes com inimigos de raiz tornados amigos de superfície) foi e continuará a ser para mim uma referência que não morre. Sou quase incapaz de escrever sem citar umas frases suas que dizem o que não sei dizer de outra maneira: que os dois anos do chamado PREC foram os únicos em que milhões de pessoas viveram no verdadeiro sentido da palavra; que não é possível confundir “empenhados” e “alistados”. Aprendi com ele que o “não me apetece” é o maior critério para as recusas – o apetite e o não apetite têm política dentro.
Eduarda Dionísio